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É, estive ausente por um tempo, né? Agosto, setembro e outubro foram meses bem intensos, por assim dizer. Teve minha função de 1 ano de iniciado em Oxalufã. Teve também função de 1 ano de iniciada da Bianca em Iemanjá. Teve a Festa dos Erês. Teve o Orô para a família da Palha. Teve evento com a Excelsior Comic Shop. Aniversário do meu irmão. Meu aniversário. A gestão e entrega de dois projetos de clientes grandes. Minha batalha para terminar um outro projeto de outro cliente grande. Gestão de um projeto de mídias sociais.

E no meio de tudo isso tem que tentar manter a casa em ordem. Louça. Comida. Roupa. Dar aquele tapa pelo menos de fim de semana. Dar atenção, comida e passear com a cachorra. Fazer as paradas da Excelsior Comic Shop.

Teve também umas coisas que me pegaram neste período que não me sinto à vontade para falar ainda, que foi justamente o que me levou à psiquiatria e a tomar remédios depois do ano passado. Mas prometo que um dia falarei sobre. 

E ainda peguei COVID semana passada.

Com tudo isso rolando, a gente começa a deixar algumas coisas de lado. Então fui menos nos treinos. Meu ritmo de leitura caiu. O de orações e meditações também. E, claro, o de escrita para projetos pessoais.

Vejam bem, não estou exatamente reclamando. As coisas foram acontecendo e a gente faz o que dá, certo? A parte boa disso é que não tive grandes momentos de crise. Algumas crises eu tive sim, e acho que as teria mesmo que não tivesse meus problemas de ansiedade e depressão. Mas minhas leituras sobre Magia e Zen tem me ajudando a surfar um pouco melhor no Caos, tenho confiado nas entidades que andam comigo e no final das contas os resultados tem sido positivos.

Não que as coisas não possam ser feitas de maneira mais tranquila. Sempre podem. E estes 3 meses foram o fim de uma intensa batalha não só para a compreensão de certas coisas da minha vida, mas para finalmente ter conseguido deixar meu trabalho em ordem.

Já devo ter falado disso em algum outro texto desta série, então me perdoem pela repetição, mas ela acontece por motivos de contextualização:  eu estava de saco cheio de fazer um monte de coisas ao longo do dia, chegar no final dele e perceber que não tinha conseguido terminar nada. A casa não tava em ordem, os trampos não tavam entregues e assim eu ficava sem tempo para tocar projetos pessoais, por exemplo.

Então dividi a minha vida em áreas e decidi que ia atacar uma por vez, organizando somente essa e então partindo para a próxim.; A primeira foi a organização da casa. Não importasse o que estivesse acontecendo, ao final do dia eu ia parar tudo por pelo menos 1 hora para lavar louça, lavar, pendurar, recolher e dobrar roupa e cozinhar (claro que em 1 hora não dá pra fazer tudo isso, mas não é tudo que a gente faz todo dia também). E assim feito. Paro de trabalhar ou dou uma pausa no trabalho caso precise voltar, me dou meia hora de descanso onde faço o que quiser (até mesmo nada) e vou lá para as tarefas do lar. Às vezes dá mais de 1 hora, às vezes menos. Mas só paro quando  termino o que precisava fazer no dia.

Tenho uma relação zen-budista com tarefas do lar por causa de uma frase que eu amo: “Antes da Iluminação, você deve cortar a lenha. Após a Iluminação, você deve cortar a lenha”, então aproveito este momento para ouvir músicas ou algum podcast, depende da minha vibe no momento. 

Atualmente, estou em uma viagem temporal pelas minhas playlists de músicas mais ouvidas do ano no Spotify. Comecei em 2016 e me encontro agora em 2019. É interessante perceber que, por mais que tenha músicas que estão nas minhas playlists todos os anos (sim, “Groove is in the Heart”, estou falando com você), é possível notar um certo eixo temático nas músicas que mudam a cada ano e relembrar os motivos destes temas tem sido uma reflexão interessante.

O advento da adoção da Alanis somou um novo elemento à minha rotina e ela tem horários e hábitos que devem ter uma certa regularidade, ou a bicha pira (na verdade nós também piramos, a gente só pensa que é mais flexível, mas não é). E isso inclui um passeio diário de 40 minutos à 1 hora ela.

Preciso que entendam que minha rotina era tão atropelada por eu tentar fazer mil coisas e não conseguir de fato fazer nada que eu ia cozinhar 23h, dobrava roupa correndo no horário de almoço, queria trabalhar até tarde ou acordar de madrugada para adiantar, tava literalmente tudo junto e misturado acontecendo ao mesmo tempo.

Por isso que foi algo muito importante para mim, por mais bobo que possa parecer, perceber que consigo separar 1h do meu dia para casa e 1h do meu dia para Alanis e o mundo não acaba por causa disso. Na verdade, uma parte do mundo vai respeitar a sua decisão e outra parte não está nem aí. Perceber que você pode ficar 2h sem responder mensagens do grupo de trabalho do Whatsapp fora do horário de trabalho é libertador.

Um dia vou fazer um texto sobre as minhas saídas com a Alanis. Mas, se as atividades de casa assumem um caráter lúdico quando ouço música ou intelectual quando ouço podcasts, meu rolês com a cachorra tem um quê de psicogeografia com filosofia. Uso a ocasião para explorar locais desconhecidos do bairro ou buscar de perto detalhes não vistos em locais que já conheço. Isso, junto com as relações que vão se criando com as pessoas que passam a fazer parte do meu convívio graças aos passeios, cria conexões novas e interessantes em minha mente.

Olha quantas coisas interessantes podem acontecer em sua vida ficando somente 2 horas por dia longe do maldito celular, né?

Isso deve estar parecendo um papo de maluco. Mas a minha área de trabalho (consultoria de experiência do usuário voltada para estratégia de negócios) é daquelas que, se você não se organizar e não souber a hora de parar, vai ocupar 12 horas ou mais do seu dia. Eu não sou um exemplo de produtividade e organização, junte isso com minha dificuldade de dizer não e esta mesma falta de organização produtividade em outras áreas da minha vida e imaginem a bagunça que tava.

Mas, enfim, uma área organizada. Quer dizer que ela estava perfeita? Não. Mas ter tempo para poder se dedicar somente a uma coisa permite que você faça esta coisa cada vez melhor. Como diz aquele macaco que faz cooper: “Vai ficando cada vez mais fácil. Mas você tem que fazer todo dia. Esta é a parte difícil”.

E, claro, com uma etapa do meu plano tendo dado certo, era possível se animar para que a etapa seguinte desse certo também, né?

A próxima etapa era o trabalho. Mas vou deixar para falar sobre isso em um próximo texto, que este, já ficou enorme hehehehehehe…    

Na imagem: uma mesa de trabalho com um mouse, uma xícara com uma colher dentro em destaque. Ao fundo, objetos diversos e algumas plantas.

Este texto era para ter sido escrito no domingo, na mesa de um bar & lanches (o que o deixaria mais com cara de “notas em uma mesa de bar” do que “esmurrando o teclado”), mas eu falhei enquanto escritor e não tinha um mísero bloco de notas para rabiscar alguma coisa. Parabéns para mim.

Sim, eu poderia abrir o Evernote e escrever na merda do celular, mas estava bebendo e comendo e não daria certo, sem contar que não é a mesma coisa. Eu já cheguei a escrever praticamente um roteiro inteiro de uma HQ no celular, mas é diferente. Ponto.

De qualquer maneira, a reflexão que estava fazendo e me levou a querer escrever naquele dia é a minha dificuldade em encontrar um bom boteco depois que me mudei da casa da minha mãe e ir ao Brindo’s com frequência ficou inviável.

O Brindo’s reúne todas as qualidades que um bom bar & lanches deve ter. Fica aberto das 7h da matina até umas 2h da madruga, dependendo do dia. Ele ficava ao lado da casa onde eu morava, de modo que eu podia ficar MUITO bêbado e estar na minha cama após poucos tropeços. Além disso, seu local era passagem obrigatória para ir ou voltar dos principais rolês ou do trabalho, o que o tornava ideal para um aquecimento pré ou pós-balada, tomar café da manhã antes do trampo ou comer alguma coisa quando se está com preguiça de fazer a janta.

E este mix de localização mais horário fazia com o público também fosse diferenciado. Não é à toa que eu chamava aquele lugar de “Mni-Augusta”. Tinha os tiozões de bar debatendo futebol e política. Tinha jovens indo em voltando de rolês, fossem forró, eletrônico, rock ou LGBTQIA+. Tinha nóias, mendigos. Aquele grupo meio família meio amigos que sempre estavam no karaokê. E sei lá porque estou usando o verbo “ter” no passado, pois o bar existe ainda.

E tinha um balcão espaçoso, mesas espaçosas, de modo que eu podia ficar lendo e escrevendo em meu caderno ou até em um computador, de boas, sem ninguém vir me encher o saco (na real tem um mala que enche o saco sim, mas todo bar que se preze tem um mala destes, está no pacote).

E eu não consigo achar mais nenhum maldito bar que reúna tudo isso. Ou é longe de casa. Ou não tem mesas espaçosas, ou o horário é uma merda. Fico pingando em alguns que tem uma coisa ou outra, mas nenhum tem a combinação perfeita.

Parece uma puta frescura, mas isso às vezes me deixa triste. Queria andar duas quadras, tomar uma breja com conhaque, comer uma salsicha empanada e voltar pra casa em menos de 1h. Queria ter este canto mágico mais próximo de mim e no momento não tenho.

Mas seguirei em minha busca e, quando encontrar, tenham certeza que vocês saberão.

PS: Sim, óbvio que dei uma sumida. Não, não quero falar sobre isso. Não agora, pelo menos.