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Pois bem, com as tarefas de casa em ordem, minha próxima meta era organizar minha rotina de trabalho. E, cá entre nós, isso foi difícil pra caralho.

Primeiro, porque é difícil manter a porra do foco, ainda mais em um trabalho que pede que eu passe parte do tempo na Internet fazendo pesquisas ou estudando. Tu abre o Youtube para pesquisar um vídeo ou seu e-mail para ver os artigos das newsletters que assina, acha um vídeo ou um texto interessante, resolve dar uma olhada inocente… e lá se foi uma hora do seu dia.

Aí eu ficava brigando para atingir uma frase que o ilustrador Christoph Niemann fala em seu episódio da série “Abstract”: “Tudo o que acontece entre 9h e 18h é trabalho”. Fiquei em uma batalha para fazer isso acontecer e esqueci que ele considera trabalho ir a um museu ver exposições para ver Arte, estudar Arte e Design ou mesmo testar ideias.

E tem aquele lance que ninguém fala abertamente, mas é real, ninguém é produtivo o tempo todo. Quem parece que é está mentindo. Ponto. Então, baseado no conceito de ver o tempo como espaço que aprendi com a estudiosa de produtividade Gabriela Brasil, resolvi criar bloco de foco total. Comecei com meia hora de manhã e meia hora à tarde. E descobri que com esta 1h de foco total por dia eu rendia muito mais do que brigando (e perdendo) para ter foco o dia inteiro. Criado este espaço de foco total de 1h por dia, resolvi ampliar para 2h por dia (1h de manhã e 1h à tarde) e pareço estar conseguindo. Meu objetivo é atingir 4 diárias, sendo obviamente 2h pela manhã e 2h à tarde.

“Mas, Alessio, isso dá um total de 4h por dia. E as outras 4h”?

Bom, neste processo de me organizar no trabalho, descobri que estava calculando muito mal o tempo das minhas tarefas. Eu blocava 3h para fazer um trampo e de repente isso virava 5h por causa de coisas como reuniões, tarefas surpresa (A WILD JOB APPEARS), microgerenciamento das equipes do trampo, falta de foco e erro de cálculo mesmo. Só que eu já tinHa reservado o resto do tempo para fazer outras coisas E aí tudo se atropelava, prazos estouravam e lá estava eu com ansiedade de novo pensando em trabalhar até às 2 da manhã ou acordar às 4 da matina para dar contas das coisas.

Então eu deixo as 4h que “sobram” do meu trabalho para imprevistos, reuniões, chamadas e assim ter margem de manobra para fazer o que tenho que fazer no dia e andar com projetos à longo prazo. Tem dia que o tempo sobra, tem dia que não, mas consigo fazer as coisas andarem um mínimo para entregar o que preciso entregar no prazo.

E aí, quando sobra tempo, posso adiantar algum trabalho, estudar algo relacionado ao trabalho, fazer algum projeto do trabalho mais de longo prazo que não envolva demandas imediatas, e por aí vai.

Claro que tudo não está rolando 100% ainda. A falta de foco ainda existe. O cálculo errado das minhas tarefas ainda existe. Mas as coisas estão fluindo melhor e consigo parar às 18h (salvo exceções que acontecem em qualquer trabalho) sem aquela sensação de estar devendo um caminhão de coisas.

Mas o importante é que com isso já funcionando eu posso me dedicar à próxima área que resolvi atacar: meu trampo na Excelsior Comic Shop. Esta é uma etapa que está ainda na fase de estudos e criação de rotina e não tem muito o que falar. Até porque uma lição que aprendi à duras penas é não falar muito sobre coisas que você vai fazer sim falar sobre as coisas que você já fez. Então, quando isso estiver mais em ordem, vou partilhar com vocês o que eu fiz. Para o próximo, vou pagar um dívida antiga: a segunda parte do meu texto de produção de roteiros para histórias em quadrinhos.

É, estive ausente por um tempo, né? Agosto, setembro e outubro foram meses bem intensos, por assim dizer. Teve minha função de 1 ano de iniciado em Oxalufã. Teve também função de 1 ano de iniciada da Bianca em Iemanjá. Teve a Festa dos Erês. Teve o Orô para a família da Palha. Teve evento com a Excelsior Comic Shop. Aniversário do meu irmão. Meu aniversário. A gestão e entrega de dois projetos de clientes grandes. Minha batalha para terminar um outro projeto de outro cliente grande. Gestão de um projeto de mídias sociais.

E no meio de tudo isso tem que tentar manter a casa em ordem. Louça. Comida. Roupa. Dar aquele tapa pelo menos de fim de semana. Dar atenção, comida e passear com a cachorra. Fazer as paradas da Excelsior Comic Shop.

Teve também umas coisas que me pegaram neste período que não me sinto à vontade para falar ainda, que foi justamente o que me levou à psiquiatria e a tomar remédios depois do ano passado. Mas prometo que um dia falarei sobre. 

E ainda peguei COVID semana passada.

Com tudo isso rolando, a gente começa a deixar algumas coisas de lado. Então fui menos nos treinos. Meu ritmo de leitura caiu. O de orações e meditações também. E, claro, o de escrita para projetos pessoais.

Vejam bem, não estou exatamente reclamando. As coisas foram acontecendo e a gente faz o que dá, certo? A parte boa disso é que não tive grandes momentos de crise. Algumas crises eu tive sim, e acho que as teria mesmo que não tivesse meus problemas de ansiedade e depressão. Mas minhas leituras sobre Magia e Zen tem me ajudando a surfar um pouco melhor no Caos, tenho confiado nas entidades que andam comigo e no final das contas os resultados tem sido positivos.

Não que as coisas não possam ser feitas de maneira mais tranquila. Sempre podem. E estes 3 meses foram o fim de uma intensa batalha não só para a compreensão de certas coisas da minha vida, mas para finalmente ter conseguido deixar meu trabalho em ordem.

Já devo ter falado disso em algum outro texto desta série, então me perdoem pela repetição, mas ela acontece por motivos de contextualização:  eu estava de saco cheio de fazer um monte de coisas ao longo do dia, chegar no final dele e perceber que não tinha conseguido terminar nada. A casa não tava em ordem, os trampos não tavam entregues e assim eu ficava sem tempo para tocar projetos pessoais, por exemplo.

Então dividi a minha vida em áreas e decidi que ia atacar uma por vez, organizando somente essa e então partindo para a próxim.; A primeira foi a organização da casa. Não importasse o que estivesse acontecendo, ao final do dia eu ia parar tudo por pelo menos 1 hora para lavar louça, lavar, pendurar, recolher e dobrar roupa e cozinhar (claro que em 1 hora não dá pra fazer tudo isso, mas não é tudo que a gente faz todo dia também). E assim feito. Paro de trabalhar ou dou uma pausa no trabalho caso precise voltar, me dou meia hora de descanso onde faço o que quiser (até mesmo nada) e vou lá para as tarefas do lar. Às vezes dá mais de 1 hora, às vezes menos. Mas só paro quando  termino o que precisava fazer no dia.

Tenho uma relação zen-budista com tarefas do lar por causa de uma frase que eu amo: “Antes da Iluminação, você deve cortar a lenha. Após a Iluminação, você deve cortar a lenha”, então aproveito este momento para ouvir músicas ou algum podcast, depende da minha vibe no momento. 

Atualmente, estou em uma viagem temporal pelas minhas playlists de músicas mais ouvidas do ano no Spotify. Comecei em 2016 e me encontro agora em 2019. É interessante perceber que, por mais que tenha músicas que estão nas minhas playlists todos os anos (sim, “Groove is in the Heart”, estou falando com você), é possível notar um certo eixo temático nas músicas que mudam a cada ano e relembrar os motivos destes temas tem sido uma reflexão interessante.

O advento da adoção da Alanis somou um novo elemento à minha rotina e ela tem horários e hábitos que devem ter uma certa regularidade, ou a bicha pira (na verdade nós também piramos, a gente só pensa que é mais flexível, mas não é). E isso inclui um passeio diário de 40 minutos à 1 hora ela.

Preciso que entendam que minha rotina era tão atropelada por eu tentar fazer mil coisas e não conseguir de fato fazer nada que eu ia cozinhar 23h, dobrava roupa correndo no horário de almoço, queria trabalhar até tarde ou acordar de madrugada para adiantar, tava literalmente tudo junto e misturado acontecendo ao mesmo tempo.

Por isso que foi algo muito importante para mim, por mais bobo que possa parecer, perceber que consigo separar 1h do meu dia para casa e 1h do meu dia para Alanis e o mundo não acaba por causa disso. Na verdade, uma parte do mundo vai respeitar a sua decisão e outra parte não está nem aí. Perceber que você pode ficar 2h sem responder mensagens do grupo de trabalho do Whatsapp fora do horário de trabalho é libertador.

Um dia vou fazer um texto sobre as minhas saídas com a Alanis. Mas, se as atividades de casa assumem um caráter lúdico quando ouço música ou intelectual quando ouço podcasts, meu rolês com a cachorra tem um quê de psicogeografia com filosofia. Uso a ocasião para explorar locais desconhecidos do bairro ou buscar de perto detalhes não vistos em locais que já conheço. Isso, junto com as relações que vão se criando com as pessoas que passam a fazer parte do meu convívio graças aos passeios, cria conexões novas e interessantes em minha mente.

Olha quantas coisas interessantes podem acontecer em sua vida ficando somente 2 horas por dia longe do maldito celular, né?

Isso deve estar parecendo um papo de maluco. Mas a minha área de trabalho (consultoria de experiência do usuário voltada para estratégia de negócios) é daquelas que, se você não se organizar e não souber a hora de parar, vai ocupar 12 horas ou mais do seu dia. Eu não sou um exemplo de produtividade e organização, junte isso com minha dificuldade de dizer não e esta mesma falta de organização produtividade em outras áreas da minha vida e imaginem a bagunça que tava.

Mas, enfim, uma área organizada. Quer dizer que ela estava perfeita? Não. Mas ter tempo para poder se dedicar somente a uma coisa permite que você faça esta coisa cada vez melhor. Como diz aquele macaco que faz cooper: “Vai ficando cada vez mais fácil. Mas você tem que fazer todo dia. Esta é a parte difícil”.

E, claro, com uma etapa do meu plano tendo dado certo, era possível se animar para que a etapa seguinte desse certo também, né?

A próxima etapa era o trabalho. Mas vou deixar para falar sobre isso em um próximo texto, que este, já ficou enorme hehehehehehe…    

Faz tempo, né? Aconteceu muita coisa de lá pra cá, incluindo uma crise de ansiedade fudida, entrega de dois projetos importantes no trabalho e a retomada de alguns projetos pessoais. Mas, como diria Jack, o estripador: vamos por partes.

Andava nos últimos tempos realmente determinado a colocar minha vida minimamente nos eixos, e nisso percebi que, ao contrário do que eu pensava e alimentava, algumas coisas, se não estão 100% em ordem (e nunca vão estar, essa é a real), pelo menos posso dizer que estão funcionais.

Então tenho o orgulho de dizer que as coisas em casa, no sentido arrumação e organização, deram uma boa ajeitada, incluindo aí as rotinas com a Alanis, como alimentação e passeio. Na prática, isso quer dizer que encontrei tempo no meu dia pra fazer estas coisas de boa, sem desespero e sem gerar gatilhos de ansiedade. Parece pouco, mas para quem se enrolava demais por causa da ansiedade, foi um baita avanço. Claro que não posso me acomodar e agora preciso me atentar às coisas de casa que precisam ser arrumadas. Mas vamo que vamo.

Em paralelo, comecei a retomar minha rotina de práticas e estudos espirituais. Falando somente do mínimo para manter estas coisas funcionando, tenho feito um banimento, um rito na linha Pilar do Meio, orações, bato cabeça para meu orixá e meditado 10 minutos, além de ler um aforismo do “Tao Te Ching” antes de dormir. Parece muito, mas tudo isso não dá nem 20 minutos do meu dia. Para quem se interessar em se aprofundar nestas práticas diárias, recomendo este texto.

Claro que para isso abri mão de certos formalismos. Quando este exercícios de maneira “completa”, visto a roupa adequada, acendo velas, uso anéis, colares, varinhas e esteira. Aí entre preparar o ambiente, me arrumar, fazer os exercícios em si e desmontar tudo, bem vai uns 30 minutos. Eu acho um absurdo dizer que não tenho 30 minutos na minha manhã para fazer isso, mas a real é que isso acontece e às vezes.

Então, para não ficar sem fazer nada no dia a dia, faço os exercícios sem a meditação entre eles, onde eu estiver, com a roupa que eu estiver, usando a minha vontade pura e simples como ferramenta. A coisa toda acaba sendo mais rápida, mas com menos formalidades a gente tende a entrar “menos no clima”.

Não vou entrar em uma discussão sobre o quanto o teatro e a parafernália durante atos mágickos o tornam mais efetivos ou não. Mas para estes ritos meus em específico, tinha escolhido uma abordagem mais formal justamente para me forçar a parar e fazer. A versão “fast food” acaba não tenho tanto esta função de pausa da realidade mundana, mas o importante é manter a limpeza energética em dia, certo? Fui para aquela linha de “caminhar 10 minutos é melhor que não caminhar nada”. E pelo menos uma vez por semana faço o rito completão.

(Sem contar que vou pro terreiro praticamente toda sexta-feira, né? E se tem um lugar em que o rito é mais do que completo, é lá)

Aí o passo seguinte era colocar o meu trampo em ordem. Não é bem que ele não esteja. Estou fazendo as entregas que tenho que fazer, elas estão sendo bem avaliadas, mas eu me enrolo para fazer as coisas, acabo fazendo correndo em cima da hora e o custo mental e emocional disso acaba sendo alto. Já estou de saco cheio disso. Então tô no processo aqui de me educar a fazer as coisas em etapas e um pouco por dia.

O foda é que meu foco anda uma merda também. Ficar meia hora fazendo uma única coisa que não seja videogame ou ver TV me demanda um esforço enorme. Vou começar uns exercícios com psicóloga e a psiquiatra me receitou Ritalina. Vamos ver se vai ajudar.

A ideia é que, com o trabalho mais em ordem, eu coloque em ordem minhas tarefas com a Excelsior Comic Shop. E aí sim sim, com tudo rodando de maneira mais funcional, ter tempo para meus projetos pessoais e conseguir voltar a escrever regularmente.

Eu tava tentando fazer tudo ao mesmo tempo e não tava dando conta. Então por isso dividir, priorizar e atacar o que precisa ser atacado primeiro. Não é questão de não ter tempo para escrever, mas sim questão de conseguir separar melhor as coisas para o trabalho não invadir o sebo para não invadir minha escrita para eu não precisar escrever no trabalho e trabalhar de madrugada e fazer coisas do sebo no fim de semana e, bem, vocês entenderam.

Nem tudo o que ando fazendo vai necessariamente render textos aqui. Pretendo fazer alguns “work in progress” de algumas coisas, mas alguns projetos estão em uma fase de organização de bibliografia, caça de referências importantes e tal. Algumas paradas vão exigir um estudo brabo antes de virem a público de maneira mais formal. Outras dá pra ir colocando aqui e quem sabe vocês não brincam comigo?

Por outro lado, achei alguns textos antigos no meu HD externo que acredito que valha a pena postar por aqui. Coisa que tá há tanto tempo fora do ar que vai ser inédita pra muita gente.   

 Então vamo que vamo, bastardos.

Eu não andava bem desde outubro do ano passado. O mito de ansiedade mais depressão andava refletindo no meu trabalho, no meu relacionamento, nos meus projetos pessoais e quase rolou uma merda muito grande.

Algumas coisas e ajudaram a segurar as pontas: o trabalho em si (isso é bizarro, porque ele tanto é gatilho quanto em alguns momentos a âncora que não me deixa tacar tudo pro alto, o que acaba sendo um pouco problemático também), o meu relacionamento (Bianca, te amo) e, claro, a minha religião. Mas, apesar de ajudar, isso não estava sendo o suficiente.

Então comecei a buscar outras ajudas. Passei em um neurologista para ver se não havia nada de errado fisicamente com a minha cabeça (não havia), fui pro Quarto de Santo do Terreiro e passei horas trocando ideia com Ossalufan e fui para uma psiquiatra e comecei a famosa fase de testes para ver qual remédio e qual a dose que vão funcionar, comecei a sair mais de casa para ver exposições, ir num barzinho com amigos, essas coisas. Isso começou a me colocar nos eixos.

Aí agora no começo do ano coloquei as peças que faltavam para eu melhorar. Vou trabalhar presencialmente no escritório duas vezes por semana, mesmo que em algum desses dias eu acabe ficando sozinho lá. Do alto do meu privilégio, eu pude escolher que pegar um ônibus e metrô e almoçar fora de casa são coisas boas pra mim. Ficar a semana toda trabalhando de casa não tava me fazendo bem.

Também voltei a fazer exercício, ou seja, voltei pro Ninjutsu. Acreditem, após duas horas fazendo exercícios, alongamentos, quedas, rolamento, torções e tudo mais o que eu prendo no dojo, você esquece que existe ansiedade e depressão. Como disseram por aí, não é a toa que tem gente viciada em academia.

Ah, sim parece que encontrei o remédio e dosagem certa, sem me dar um puta sono do caralho, sem me deixar sem vontade transar, e sem eu precisar doses a mais quando tenho crises (que praticamente sumiram, aliás).

Também voltei a aproveitar mais pequenos prazeres que infelizmente estavam se tornando vícios, como fumar um cigarro toda vez que ficava nervoso (acontecia muito), ou virar uma dose de destilado durante o dia como tivesse tomando uma dose de remédio. É horrível você passar a usar estas coisas que tu gosta como muleta para aturar dias merdas, e era bem isso o que eu tava fazendo.

E, por fim, eu e a Bia adotamos uma cachorrinha, a Alanis. Fez 1 mês exatamente hoje.

Mas tudo isso estava espalhado, eu estava começando a aproveitar e melhorar, mas faltava algo que me fizesse perceber esta melhora, aproveitar dela e potencializá-la. E quem me apontou este caminho foi Phil Hine. A leitura dos seus três livros lançados recentemente: “Tocados pelo fogo”, “Caos condensado” e “Pseudonomicon” fizerem exatamente isso: perceber que as coisas estavam melhorando e surfar na onda. Pode ser que ela quebre a qualquer momento, mas nada me impede de pegar minha prancha e ir atrás de uma onda maior, inclusive em outras praias.

Na prática, isso quer dizer que estou trabalhando melhor, fazendo melhor as tarefas de casa, aproveitando minhas besteiras e com ideias, MUITAS IDEIAS. Que serão postas em prática.

Em julho será lançada a primeira delas. Vai ser da hora.

Na imagem: uma foto de um par de tênis branco ao lado de um gaveteiro preto.

Os dias de exercício, os remédios e a noite mal dormida de ontem bateram forte aqui e me encontro em um estado lastimável enquanto ser humano. Mas estou aqui escrevendo ao invés de ir tomar banho, jantar e dormir. Incrível, não? Ou estúpido, vai saber.

Hoje é mais um daqueles dias em que nenhum tema específico bate aqui para escrever, mas estou aqui refletindo que tive um dia produtivo no trabalho. Ainda preciso entender que nunca vou conseguir fazer tudo o que coloco no meu planner, mas estou fazendo mais coisas, ando mais focado, enrolando menos, e preciso reconhecer que existe um avanço e que isso é bom.

Acho que um dos motivos da minha ansiedade de uns anos para cá e esta eterna sensação de estar sempre devendo. Nunca vamos conseguir fazer tudo o que há para ser feito e preciso entender que está tudo bem com isso. Mas é muito simples na teoria e bem complicado na prática.

A merda é que, junto com esta sensação de dívida, vem também a sensação de que estas coisas que ficaram por fazer vão se acumular e explodir da pior maneira possível. Mas como eu estou de fato fazendo as coisas, nada explode. E não sei dizer no final das contas se isso é bom ou ruim, porque fico neste limbo eterno de desastre eminente que nunca chega.

Meus Deus, comecei o meu racional aqui querendo dizer que, apesar cansaço estou bem por ter tido um dia bom no trabalho e acabei fazendo um tratado sobre ansiedade. Perdões.

(Parei aqui para fazer uma aulinha de yoga e tomar um banho)

Aliás, preciso parar com esta mania imbecil de começar a fazer as coisas e parar na metade para fazer outras. Hoje eu consegui vir aqui e terminar este texto, mas já rolou algumas vezes de largar um texto na metade e, bem, nunca mais retomar.

Agora é jantar e depois ler até pegar no sono. Até a próxima.

Na imagem: uma foto de um guarda-roupa aberto. Nas prateleiras, diversos tipos de roupa dobradas e empilhadas.

Um dos motivos de eu ter ficado mal para caralho é que estou fazendo poucas coisas para mim. Sim, trabalhar, cuidar da casa e até mesmo meus roteiros de quadrinhos são importantes, mas são coisas feitas para pagar as contas, ser socialmente aceitável e tocar projetos de terceiros, então, o que eu estava fazendo de fato para mim, somente para mim, sem objetivos de monetização e afins? Ouso dizer que nada.

Andei refletindo bastante sobre isso na última semana e fui atrás de alguma inspiração pare ver se tinha alguma ideia que, sei lá, funcionasse. E nisso voltei a assistir a série “Abstract – The Arto f Design”, da Netflix. Apesar de ser uma série sobre profissionais do design falando sobre trabalho, tem muito ali da rotina de cada um e do que fazem para desopilar quando estão estressados ou travados.

Calhou também de eu ler um artigo falando sobre como os Millenials não tem hobbies e, quando estão sem nada para fazer, dormem ou ficam dando scroll infinito em algum aplicativo no celular, achando que todos tem vidas mais interessantes que a própria.

(Sério, já conversou sobre a sua vida com alguém que só te acompanha pelo Instagram, por exemplo? Faço isso às vezes e fico surpreso o quando a minha vida parece muito foda e incrível quando vista pelo aplicativo. Ou faça este exercício falando com outras pessoas sobre a vida delas e perceba as reações de espanto)

Enfim, de tudo isso cheguei à três conclusões: preciso de um hobby não relacionado à escrita de roteiros, livros e afins, preciso usar mais a mais meu favor meus conhecimentos ocultistas e espirituais e preciso, sim, fazer exercícios.

(É, meus amigos, então esta adorável coluna não conta como hobby)

A parte do exercício é “fácil”, por assim dizer. Tenho um tapete de Yoga e o condomínio onde moro tem academia, então é questão de se forçar a separar um tempo e fazer o maldito exercício. Então pretendo ir lá gastar uns 45 minutos por dia entre esteira, burpees, agachamento, pesos, abdominais e flexões. Fiz hoje e vamos ver como fico amanhã.

E como atualmente acordo 3 horas antes de começar o meu trabalho, rola separar 40 minutos da minha manhã para fazer uma aula de Yoga pelo Youtube (obrigado, Fernanda Yoga!).

A parte ocultista e espiritual já comecei, retomando uma série de exercícios diários que envolvendo um Ritual Menor do Pentagrama, um Rito do Pilar do Meio, algumas orações e 10 minutos de meditação. Por conselho de entidades da Umbanda, incluí também bater um papo com meu orixá de cabeça todos os dias. Estes já estão rolando faz uma semana.

Falta então o maldito hobby. É uma merda esta sociedade onde a gente precisa se obrigar a fazer algo para desligar a cabeça, mas resolvi pular este conflito e ir direto para o conflito de “Ok, o que eu faço então”?

Decidi que deveriam ser duas coisas: a primeira uma espécie projeto de construção de algo inútil e tão a longo prazo que a perspectiva de acabar ele de fato não é “vislumbrável” no momento. E a outra deveria ser algo artístico, lúdico, com a ideia de deixar a cabeça e a mão fluírem.

Para a primeira, peguei uma ideia que veio de uma noite regada à muita bebida e maconha. Um debate sobre como ser humano perdeu a capacidade de inventar o futuro levou para a criação de um movimento literário de ficção científica de futuro aberto chamado Protopia, onde as histórias para no momento em que a humanidade pode caminhar para uma Utopia ou Distopia e vai caber ao leitor decidir.

Claro que para as histórias chegarem no ponto de decisão, muita coisa precisa ser criara e eis um dos meus hobbies: a construção deste futuro, que pode virar um movimento literário de fato, um futuro para a humanidade ou ficar na pura e simples punheta. Na verdade, não importa.

Não sei como, daquela conversa consegui montar um mapa mental com algumas diretrizes básicas deste futuro aberto e agora vou começar uma série de leituras de alguns autores e obras que já começaram a embasar as minhas ideias e ir construindo esta merda como der.

(Ironicamente, meses depois descobri que já existe um movimento chamado Protopia e ele tem muitos, mas muitos pontos em comum com as ideias que surgiram daquele debate, mas eles apresentam uma ideia pronta e eu quero trabalhar um esquema de abrir escopos, então vamos ver no que dá)

 Já para a outra resolvi retomar meu inktober, onde faço desenhos bestas em post-its, a lápis mesmo e finalizo com caneta Bic, foda-se. Mas, aliado a isso, me deu um start hoje de ter um caderninho de rascunhos. Então peguei um dos 5 mil caderninhos que tenho aqui que uso para Diários Mágickos, passei as anotações para um doc, arranquei as páginas e vai ser um ISQUÉTIXIBUQUI, RÁ!

Fiz até um teste hoje pra ver se conseguia desenhar algo do nada, preenchendo toas uma página e sem usar borracha e saiu um desenho do Wall-E super fofo, que colo no final deste texto.

Enfim, escrevi pra caralho já e meio que era isso que eu tinha para hoje. Espero que seja útil para alguém além de mim.

Na imagem: uma foto de um caderno sem pauta, aberto, em cima de uma mesa. Na página está desenhado um robô com mãos de garras e pés de esteiras. Ele olha para o céu com um ar triste e parece buscar algo lá. Está de noite, o céu está estrelado e ela está em meio a pilhas de lixo.
Na imagem, uma foto de um livro em cima de uma mesa. A capa dele é um por do sol laranja e eu título escrito no alto em azul é “A Doutrina de Buda”. Um cartão postal do Hellboy está sendo usado como marca página e podemos ver o logo do gibi saindo do meio do livro.

E chegamos a mais um número redondo desta não-tão-humilde sessão. Sim, não-humilde, pois isso nada mais é quem uma exposição egóica de um escrito em crise e nada é menos humilde do que isso, certo?

Como puderam reparar (e eu sei que reparam), fiquei um tempo sem escrever. Admito que estava indo bem, pegando ritmo e tal. Até consegui finalizar um roteiro do novo volume de DestiNation! Mas aí tive uma crise de ansiedade fodida.

Sério, acho que foi uma das maiores que já tive. Durou alguns dias e quando eu acreditava ter passado, me corpo estava dolorido de tão tenso que eu fiquei. Parecia que eu tinha encarado uma sessão intensa de exercícios.

E notem que escrevi “acreditava ter passado”. Porque ela deu uma amenizada, mas não havia passado por completo. E quando este tipo de coisa acontece, eu funciono em modo mínimo. Isso quer dizer que faço o estritamente necessário para ser funcional no trabalho e manter a casa habitável. Então, obviamente, escrever esta coluna e textos para meus projetos pessoais acaba rodando no processo.

Para piorar, teve uma série de… complicações pela ocasião do meu aniversário. Vejam bem, apesar de respeitar a Astrologia e a influência dos astros em nossas vidas, não sou de acreditar em Inferno Astral. Mas este no minha não-crença oi duramente posta à prova. E exatamente no fim de semana do meu aniversário, aconteceram uma série de coisas que não estou disposta a falar publicamente, mas foram, por assim, dizer, uma porrada muito forte e que terão algumas consequências a longo prazo.

Então, neste exato momento, estou aqui cuidando de algumas feridas e revendo como levar a minha vida daqui em diante. Porque algumas mudanças precisam acontecer para que eu possa levar a minha vida de uma maneira melhor.

Então, pode ser que os próximos textos sejam menos sobre escrita e mais reflexões sobre a minha vida como um todo. Nada que vai fazer vocês pararem de acompanhar isso aqui, tenho plena certeza.

Enfim, é o que tem para hoje. Espero que tenha muito mais ao longo da semana que vem. Cuidem-se. Falem sobre seus problemas com pessoas de confiança. E não tenham vergonha de pedir ajuda. Por mais que às vezes acreditemos que não, não estamos sozinhos.

Vamo que vamo.

Na imagem: uma foto de uma caixa de remédios tarja vermelha em cima de uma mesa de madeira.

Você assiste o episódio “Calíope” da sére “Sandman” na Netflix, com um escritor em crise por não conseguir escrever e isso mexe contigo. Aí vai assistir “Era uma vez em… Holywood” e as crises de ansiedade de Rick Dalton (interpretado por Leonardo DiCaprio) mexem contigo. Ou seja, estou em crise com meu fazer artístico.

Os eventos de HQs voltaram e fiquei feliz de ver que não só eu e meu parceiro de crime Lobo Loss ainda continuamos dois puta vendedores, como as pessoas que leram as coisas que escrevi realmente gostaram do material, com algumas reações ao saberem que obra X era minha que me emocionaram. Ou seja, minhas obras não só continuam vendendo bem, como o retorno dos leitores tem sido altamente positivo, inclusive com muitas cobranças sobre quando sai “DestiNation 3”.

Esta volta de eventos já teve aí seus 2, 3 meses, comigo participando de 4 eventos. Era esperado que este contato com o público e outros artistas fosse dar um gás na minha produção. Mas não rolou. Tudo bem que no meio do caminho eu estou atolado de trampo e ainda teve uma mudança de casa, mas não rola eu ficar esperando “condições ideais de temperatura e pressão” para voltar a produzir. Isso nunca vai acontecer, ainda mais com a minha ansiedade.

(Pensando em fazer tal qual Marcelo Cassaro fez com a sua enxaqueca e dar um nome pra ela, tipo aquele papo de abraçar os demônios e tal)

Enfim, este exercício aqui do “Esmurrando o Teclado” já mostrou que eu ainda sei escrever e gerar interesse no público, então rola sim considerar isso arte, com direito até a juntar toda esta merda em uma coletânea e lançar, hehehehehe…

Mas estou cm 3 roteiros atrasados e preciso passar isso para os desenhistas poderem fazer a mágica deles. Então pretendo retomar esta coluna diariamente de segunda à sexta e para os roteiros, escrever no mínimo 200 palavras por dia.

Não é muito, eu sei, mas 1.000 palavras de um roteiro em uma semana são mais que o total de ZERO palavras dos últimos meses, né? Então vamo que amo. Me desejem sorte.

Uma foto de uma faixa de Ninjutsu em cima de uma mesa. Nele estão, em vermelho, kanjis formando a palavra “neko”, que é gato em japonês.

Desculpe a ausência, bastardos. Não que de fato eu deva este tipo de explicação a vocês, mas considerando o tanto que vocês tem acompanhado isso aqui, acho de bom tom. Resumidamente, tive uma das piores semanas da minha vida devido às minhas crises de ansiedade por motivos imbecis e não é um exagero falar que, bem, sobrevivi.

E, vejam bem, não é que eu só não escrevi esta coluna durante esta semana. Eu basicamente fiz o mínimo para poder pagar as contas e me manter funcional. Mas passou, pelo menos até a próxima crise. RISOS.

Voltei a treinar semana passada. Para quem não sabe, como todo bom fã de Tartarugas Ninja e Pequeno Ninja quando criança, faço Ninjutsu.

(Não faz? NÃO É FÃ!)

Infelizmente, só praticar não te torna um ninja em si, no máximo um ninjtsuka (que é um estudante de Ninjutsu). Só é possível ostentar um título de Ninja ao chegar na faixa preta. E isso te dá direito a até escolher um NOME NINJA. O dojo que faço parte chama-se Shiroi Ryuu e os graus de cores e técnicas baseados em animais. Estou atualmente na terceira faixa, que é Neko (Gato, ui) e tem a cor vermelha. A última é o Ryuu (Dragão).

(Estou em dúvida se quando chegar lá adoto o nome de Boruto ou Jiraya. E preciso ver se o Shihan vai permitir)

Minha terapeuta me diz há um tempo que tenho que voltar a me mexer. As entidades do Terreiro dizem há um tempo que tenho que “fazê suadô”. E como consegui organizar minimamente meu tempo de trabalho. Lá vamos nós.

Achei que estaria mais enferrujado, mas minha memória muscular ainda funciona. Claro que após 3 anos parados (mudança de casa + pandemia) o treino foi bem mais leve do que costumava ser, mas é bom ver que o que aprendi ainda está lá.

Fiz poucas vezes exercícios durante a pandemia e, nas raras aulas de Yoga que fiz por aqui (obrigado, Fernanda Yoga) deu pra ver que meu alongamento (que já era péssimo) deu uma piorada monstra. Então vai ser interessante ver as mudanças no meu corpo daqui pra frente. Sei que tinha prometido dois textos no mesmo dia na última vez que falei sobre a coluna lá no meu Twitter, mas não vai rolar. Vamos tentar voltar à rotina de um texto diário, que já tá bom demais.

Um foto de uma tela de um notebook, com uma página de Word em branco.

Queria falar que não estou em um dia bom, mas a real é que faz semanas que não estou bem. Fazer qualquer coisa de segunda à sexta tem sido um esforço imenso. E aí gasto muito tempo para fazer coisas simples como acordar, cozinhar, lavar louça e afins.

E claro que isso afeta a minha produção, tanto do trabalho quanto de projetos pessoais. Fico minutos olhando para a tela buscando achar uma motivação para fazer as coisas e ela não vem.

Já tentei anotar tudo o que tenho que fazer durante a manhã. TUDO. É uma tentativa de riscar cada tarefa executada e assim ter uma sensação mínima de algo ter sido realizado. Mas começa o dia, surgem um monte de coisinhas a serem resolvidas e acabo fazendo coisas que não estão na lista. Aí chega o final do dia, estou moído e sinto que não fiz nada.

Já tentei algo na linha Pomodoro, focando por X tempo para depois tentar descansar por Y tempo. Mas, de novo, as coisinhas que surgem atrapalham este foco por X tempo. E tá foda eu entrar em estado de foco e acaba que perco mais tempo tentando focar do que focando em si.

E justamente por estar produzindo de maneira precária, estou com uma dificuldade enorme de parar de trabalhar, desligar. Porque aquela lista nunca fica completa, sinto que estou sempre devendo, que a casa vai cair a qualquer momento e vão descobrir a farsa que sou, então serei demitido, vou quebrar e terei que voltar pra casa da minha mãe.

O resultado é que fico me sentindo culpado quando estou tentando me divertir, porque em tese estou devendo. E aí temos um ciclo infinito de merda que parece não ter saída visível. E taca-lhe vontade de chorar, de tacar tudo pro alto e sair correndo.

E, claro, eu sofro de transtorno de ansiedade, tudo isso somatiza e começo a achar que só a terapia não vai dar conta do meu quadro atual. Vai ser uma delícia a sessão desta semana.

Só sei que estou cansado e está difícil. Pode ser que eu supere, mas hoje tá foda. Dizem que por estas coisas pra fora ajuda. Também dizem que se expor assim não é legal. Bom, foda-se.

Nem tudo na vida de um escritor em crise é glamour, né?