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Pois bem, com as tarefas de casa em ordem, minha próxima meta era organizar minha rotina de trabalho. E, cá entre nós, isso foi difícil pra caralho.

Primeiro, porque é difícil manter a porra do foco, ainda mais em um trabalho que pede que eu passe parte do tempo na Internet fazendo pesquisas ou estudando. Tu abre o Youtube para pesquisar um vídeo ou seu e-mail para ver os artigos das newsletters que assina, acha um vídeo ou um texto interessante, resolve dar uma olhada inocente… e lá se foi uma hora do seu dia.

Aí eu ficava brigando para atingir uma frase que o ilustrador Christoph Niemann fala em seu episódio da série “Abstract”: “Tudo o que acontece entre 9h e 18h é trabalho”. Fiquei em uma batalha para fazer isso acontecer e esqueci que ele considera trabalho ir a um museu ver exposições para ver Arte, estudar Arte e Design ou mesmo testar ideias.

E tem aquele lance que ninguém fala abertamente, mas é real, ninguém é produtivo o tempo todo. Quem parece que é está mentindo. Ponto. Então, baseado no conceito de ver o tempo como espaço que aprendi com a estudiosa de produtividade Gabriela Brasil, resolvi criar bloco de foco total. Comecei com meia hora de manhã e meia hora à tarde. E descobri que com esta 1h de foco total por dia eu rendia muito mais do que brigando (e perdendo) para ter foco o dia inteiro. Criado este espaço de foco total de 1h por dia, resolvi ampliar para 2h por dia (1h de manhã e 1h à tarde) e pareço estar conseguindo. Meu objetivo é atingir 4 diárias, sendo obviamente 2h pela manhã e 2h à tarde.

“Mas, Alessio, isso dá um total de 4h por dia. E as outras 4h”?

Bom, neste processo de me organizar no trabalho, descobri que estava calculando muito mal o tempo das minhas tarefas. Eu blocava 3h para fazer um trampo e de repente isso virava 5h por causa de coisas como reuniões, tarefas surpresa (A WILD JOB APPEARS), microgerenciamento das equipes do trampo, falta de foco e erro de cálculo mesmo. Só que eu já tinHa reservado o resto do tempo para fazer outras coisas E aí tudo se atropelava, prazos estouravam e lá estava eu com ansiedade de novo pensando em trabalhar até às 2 da manhã ou acordar às 4 da matina para dar contas das coisas.

Então eu deixo as 4h que “sobram” do meu trabalho para imprevistos, reuniões, chamadas e assim ter margem de manobra para fazer o que tenho que fazer no dia e andar com projetos à longo prazo. Tem dia que o tempo sobra, tem dia que não, mas consigo fazer as coisas andarem um mínimo para entregar o que preciso entregar no prazo.

E aí, quando sobra tempo, posso adiantar algum trabalho, estudar algo relacionado ao trabalho, fazer algum projeto do trabalho mais de longo prazo que não envolva demandas imediatas, e por aí vai.

Claro que tudo não está rolando 100% ainda. A falta de foco ainda existe. O cálculo errado das minhas tarefas ainda existe. Mas as coisas estão fluindo melhor e consigo parar às 18h (salvo exceções que acontecem em qualquer trabalho) sem aquela sensação de estar devendo um caminhão de coisas.

Mas o importante é que com isso já funcionando eu posso me dedicar à próxima área que resolvi atacar: meu trampo na Excelsior Comic Shop. Esta é uma etapa que está ainda na fase de estudos e criação de rotina e não tem muito o que falar. Até porque uma lição que aprendi à duras penas é não falar muito sobre coisas que você vai fazer sim falar sobre as coisas que você já fez. Então, quando isso estiver mais em ordem, vou partilhar com vocês o que eu fiz. Para o próximo, vou pagar um dívida antiga: a segunda parte do meu texto de produção de roteiros para histórias em quadrinhos.

É, estive ausente por um tempo, né? Agosto, setembro e outubro foram meses bem intensos, por assim dizer. Teve minha função de 1 ano de iniciado em Oxalufã. Teve também função de 1 ano de iniciada da Bianca em Iemanjá. Teve a Festa dos Erês. Teve o Orô para a família da Palha. Teve evento com a Excelsior Comic Shop. Aniversário do meu irmão. Meu aniversário. A gestão e entrega de dois projetos de clientes grandes. Minha batalha para terminar um outro projeto de outro cliente grande. Gestão de um projeto de mídias sociais.

E no meio de tudo isso tem que tentar manter a casa em ordem. Louça. Comida. Roupa. Dar aquele tapa pelo menos de fim de semana. Dar atenção, comida e passear com a cachorra. Fazer as paradas da Excelsior Comic Shop.

Teve também umas coisas que me pegaram neste período que não me sinto à vontade para falar ainda, que foi justamente o que me levou à psiquiatria e a tomar remédios depois do ano passado. Mas prometo que um dia falarei sobre. 

E ainda peguei COVID semana passada.

Com tudo isso rolando, a gente começa a deixar algumas coisas de lado. Então fui menos nos treinos. Meu ritmo de leitura caiu. O de orações e meditações também. E, claro, o de escrita para projetos pessoais.

Vejam bem, não estou exatamente reclamando. As coisas foram acontecendo e a gente faz o que dá, certo? A parte boa disso é que não tive grandes momentos de crise. Algumas crises eu tive sim, e acho que as teria mesmo que não tivesse meus problemas de ansiedade e depressão. Mas minhas leituras sobre Magia e Zen tem me ajudando a surfar um pouco melhor no Caos, tenho confiado nas entidades que andam comigo e no final das contas os resultados tem sido positivos.

Não que as coisas não possam ser feitas de maneira mais tranquila. Sempre podem. E estes 3 meses foram o fim de uma intensa batalha não só para a compreensão de certas coisas da minha vida, mas para finalmente ter conseguido deixar meu trabalho em ordem.

Já devo ter falado disso em algum outro texto desta série, então me perdoem pela repetição, mas ela acontece por motivos de contextualização:  eu estava de saco cheio de fazer um monte de coisas ao longo do dia, chegar no final dele e perceber que não tinha conseguido terminar nada. A casa não tava em ordem, os trampos não tavam entregues e assim eu ficava sem tempo para tocar projetos pessoais, por exemplo.

Então dividi a minha vida em áreas e decidi que ia atacar uma por vez, organizando somente essa e então partindo para a próxim.; A primeira foi a organização da casa. Não importasse o que estivesse acontecendo, ao final do dia eu ia parar tudo por pelo menos 1 hora para lavar louça, lavar, pendurar, recolher e dobrar roupa e cozinhar (claro que em 1 hora não dá pra fazer tudo isso, mas não é tudo que a gente faz todo dia também). E assim feito. Paro de trabalhar ou dou uma pausa no trabalho caso precise voltar, me dou meia hora de descanso onde faço o que quiser (até mesmo nada) e vou lá para as tarefas do lar. Às vezes dá mais de 1 hora, às vezes menos. Mas só paro quando  termino o que precisava fazer no dia.

Tenho uma relação zen-budista com tarefas do lar por causa de uma frase que eu amo: “Antes da Iluminação, você deve cortar a lenha. Após a Iluminação, você deve cortar a lenha”, então aproveito este momento para ouvir músicas ou algum podcast, depende da minha vibe no momento. 

Atualmente, estou em uma viagem temporal pelas minhas playlists de músicas mais ouvidas do ano no Spotify. Comecei em 2016 e me encontro agora em 2019. É interessante perceber que, por mais que tenha músicas que estão nas minhas playlists todos os anos (sim, “Groove is in the Heart”, estou falando com você), é possível notar um certo eixo temático nas músicas que mudam a cada ano e relembrar os motivos destes temas tem sido uma reflexão interessante.

O advento da adoção da Alanis somou um novo elemento à minha rotina e ela tem horários e hábitos que devem ter uma certa regularidade, ou a bicha pira (na verdade nós também piramos, a gente só pensa que é mais flexível, mas não é). E isso inclui um passeio diário de 40 minutos à 1 hora ela.

Preciso que entendam que minha rotina era tão atropelada por eu tentar fazer mil coisas e não conseguir de fato fazer nada que eu ia cozinhar 23h, dobrava roupa correndo no horário de almoço, queria trabalhar até tarde ou acordar de madrugada para adiantar, tava literalmente tudo junto e misturado acontecendo ao mesmo tempo.

Por isso que foi algo muito importante para mim, por mais bobo que possa parecer, perceber que consigo separar 1h do meu dia para casa e 1h do meu dia para Alanis e o mundo não acaba por causa disso. Na verdade, uma parte do mundo vai respeitar a sua decisão e outra parte não está nem aí. Perceber que você pode ficar 2h sem responder mensagens do grupo de trabalho do Whatsapp fora do horário de trabalho é libertador.

Um dia vou fazer um texto sobre as minhas saídas com a Alanis. Mas, se as atividades de casa assumem um caráter lúdico quando ouço música ou intelectual quando ouço podcasts, meu rolês com a cachorra tem um quê de psicogeografia com filosofia. Uso a ocasião para explorar locais desconhecidos do bairro ou buscar de perto detalhes não vistos em locais que já conheço. Isso, junto com as relações que vão se criando com as pessoas que passam a fazer parte do meu convívio graças aos passeios, cria conexões novas e interessantes em minha mente.

Olha quantas coisas interessantes podem acontecer em sua vida ficando somente 2 horas por dia longe do maldito celular, né?

Isso deve estar parecendo um papo de maluco. Mas a minha área de trabalho (consultoria de experiência do usuário voltada para estratégia de negócios) é daquelas que, se você não se organizar e não souber a hora de parar, vai ocupar 12 horas ou mais do seu dia. Eu não sou um exemplo de produtividade e organização, junte isso com minha dificuldade de dizer não e esta mesma falta de organização produtividade em outras áreas da minha vida e imaginem a bagunça que tava.

Mas, enfim, uma área organizada. Quer dizer que ela estava perfeita? Não. Mas ter tempo para poder se dedicar somente a uma coisa permite que você faça esta coisa cada vez melhor. Como diz aquele macaco que faz cooper: “Vai ficando cada vez mais fácil. Mas você tem que fazer todo dia. Esta é a parte difícil”.

E, claro, com uma etapa do meu plano tendo dado certo, era possível se animar para que a etapa seguinte desse certo também, né?

A próxima etapa era o trabalho. Mas vou deixar para falar sobre isso em um próximo texto, que este, já ficou enorme hehehehehehe…    

Faz tempo, né? Aconteceu muita coisa de lá pra cá, incluindo uma crise de ansiedade fudida, entrega de dois projetos importantes no trabalho e a retomada de alguns projetos pessoais. Mas, como diria Jack, o estripador: vamos por partes.

Andava nos últimos tempos realmente determinado a colocar minha vida minimamente nos eixos, e nisso percebi que, ao contrário do que eu pensava e alimentava, algumas coisas, se não estão 100% em ordem (e nunca vão estar, essa é a real), pelo menos posso dizer que estão funcionais.

Então tenho o orgulho de dizer que as coisas em casa, no sentido arrumação e organização, deram uma boa ajeitada, incluindo aí as rotinas com a Alanis, como alimentação e passeio. Na prática, isso quer dizer que encontrei tempo no meu dia pra fazer estas coisas de boa, sem desespero e sem gerar gatilhos de ansiedade. Parece pouco, mas para quem se enrolava demais por causa da ansiedade, foi um baita avanço. Claro que não posso me acomodar e agora preciso me atentar às coisas de casa que precisam ser arrumadas. Mas vamo que vamo.

Em paralelo, comecei a retomar minha rotina de práticas e estudos espirituais. Falando somente do mínimo para manter estas coisas funcionando, tenho feito um banimento, um rito na linha Pilar do Meio, orações, bato cabeça para meu orixá e meditado 10 minutos, além de ler um aforismo do “Tao Te Ching” antes de dormir. Parece muito, mas tudo isso não dá nem 20 minutos do meu dia. Para quem se interessar em se aprofundar nestas práticas diárias, recomendo este texto.

Claro que para isso abri mão de certos formalismos. Quando este exercícios de maneira “completa”, visto a roupa adequada, acendo velas, uso anéis, colares, varinhas e esteira. Aí entre preparar o ambiente, me arrumar, fazer os exercícios em si e desmontar tudo, bem vai uns 30 minutos. Eu acho um absurdo dizer que não tenho 30 minutos na minha manhã para fazer isso, mas a real é que isso acontece e às vezes.

Então, para não ficar sem fazer nada no dia a dia, faço os exercícios sem a meditação entre eles, onde eu estiver, com a roupa que eu estiver, usando a minha vontade pura e simples como ferramenta. A coisa toda acaba sendo mais rápida, mas com menos formalidades a gente tende a entrar “menos no clima”.

Não vou entrar em uma discussão sobre o quanto o teatro e a parafernália durante atos mágickos o tornam mais efetivos ou não. Mas para estes ritos meus em específico, tinha escolhido uma abordagem mais formal justamente para me forçar a parar e fazer. A versão “fast food” acaba não tenho tanto esta função de pausa da realidade mundana, mas o importante é manter a limpeza energética em dia, certo? Fui para aquela linha de “caminhar 10 minutos é melhor que não caminhar nada”. E pelo menos uma vez por semana faço o rito completão.

(Sem contar que vou pro terreiro praticamente toda sexta-feira, né? E se tem um lugar em que o rito é mais do que completo, é lá)

Aí o passo seguinte era colocar o meu trampo em ordem. Não é bem que ele não esteja. Estou fazendo as entregas que tenho que fazer, elas estão sendo bem avaliadas, mas eu me enrolo para fazer as coisas, acabo fazendo correndo em cima da hora e o custo mental e emocional disso acaba sendo alto. Já estou de saco cheio disso. Então tô no processo aqui de me educar a fazer as coisas em etapas e um pouco por dia.

O foda é que meu foco anda uma merda também. Ficar meia hora fazendo uma única coisa que não seja videogame ou ver TV me demanda um esforço enorme. Vou começar uns exercícios com psicóloga e a psiquiatra me receitou Ritalina. Vamos ver se vai ajudar.

A ideia é que, com o trabalho mais em ordem, eu coloque em ordem minhas tarefas com a Excelsior Comic Shop. E aí sim sim, com tudo rodando de maneira mais funcional, ter tempo para meus projetos pessoais e conseguir voltar a escrever regularmente.

Eu tava tentando fazer tudo ao mesmo tempo e não tava dando conta. Então por isso dividir, priorizar e atacar o que precisa ser atacado primeiro. Não é questão de não ter tempo para escrever, mas sim questão de conseguir separar melhor as coisas para o trabalho não invadir o sebo para não invadir minha escrita para eu não precisar escrever no trabalho e trabalhar de madrugada e fazer coisas do sebo no fim de semana e, bem, vocês entenderam.

Nem tudo o que ando fazendo vai necessariamente render textos aqui. Pretendo fazer alguns “work in progress” de algumas coisas, mas alguns projetos estão em uma fase de organização de bibliografia, caça de referências importantes e tal. Algumas paradas vão exigir um estudo brabo antes de virem a público de maneira mais formal. Outras dá pra ir colocando aqui e quem sabe vocês não brincam comigo?

Por outro lado, achei alguns textos antigos no meu HD externo que acredito que valha a pena postar por aqui. Coisa que tá há tanto tempo fora do ar que vai ser inédita pra muita gente.   

 Então vamo que vamo, bastardos.

O quão emocionalmente fodido você tem que estar para quase chorar assistindo a um review de um filme que ainda não viu? Pois foi o que aconteceu comigo ontem assistindo ao vídeo da Isabela Boscov sobre o “Guardiões da Galáxia – Volume 3”.

Pretendo ver o filme no fim de semana, mas pelo que tudo que me falaram e li e ouvi até agora, sairei do cinema arrasado, ainda mais que o o Rocky é um dos meus personagens favoritos do MCU.

Pode ser também que eu ande meio ablublê das ideias por outras coisas e isso mexeu comigo mais que o esperado. Entendam, não voltei à fase de mal estar que eu estava ente o fim do na passado e começo deste, mas, sei lá, acho que estou “meio assim”, por assim dizer.

Consegui me ajeitar para tocar melhor as coisas de casa (incluindo aí a rotina de cuidados com a Alanis), voltei a treinar Ninjutsu, fiz um curso massa de criação de Board Games, vi o Kraftwerk ao vivo e. segundo minha terapeuta e a minha psiquiatra, evoluí bastante depois da crise do ano passado.

Mas sempre falta algo, né?

No momento, acho que está faltando foco para eu render mais no trampo para poder para direito de trabalhar e assi  conseguir tocar melhor meus projetos pessoais, tanto os mais palpáveis (3 roteiros de HQ, 1 livro e as coisas do sebo) quanto os mais “inúteis”, por assim dizer (meus estudos sobre ética na Magia do Caos, a construção da minha Poltrona Mobius e construção de um novo modelo de futuro para a Humanidade).

Também queria estar jogando mais RPG e jogando mais Tibia.

Enfim, talvez eu esteja fazendo muita coisa e precise rever as prioridades para sacar que não dá tempo de fazer tudo isso. Ou talvez seja necessária mais disciplina em minhas rotinas para que eu consiga criar tempo livre para algumas coisas.

A merda é que, pelo que tudo indica, este tempo terá que pela manhã, antes de começar a trabalhar, porque praticamente todas as minhas noites durante a semana já estão comprometidas. Além das tarefas domésticas que só podem ser feitas após, o trabalho, de segunda-feira tenho reunião com meus sócios no sebo, de terça e quinta tenho treno de Ninjutsu, de sexta-feira tem Terreiro, e em algumas quartas-feiras tem curso no Terreiro.

É, fodeu, vai ter que ser de manhã mesmo. E pra isso vou precisar dormir mais cedo. Então preciso parar de ficar vendo série, jogando Marvel Snap e olhando o Instagram na hora em que deveria estar dormindo. Parece simples, mas mudar hábitos foda. Mas bora tentar.

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Resolvi me dar um tempo das redes sociais. Nada a ver com vício ou coisa do tipo, acredito que minha relação com elas está mais saudável do jamais foi. Mas não podemos negar que ele é um limbo de tempo que fica te jogando em uma montanha-russa de emoções que anda me cansando. Por mais que ame tirar sarro de sujeitos como Moro e Dallagnol no Twitter e afins, é muita raiva sendo direcionada de maneira pouco produtiva. É muita pílula de informação com pouco espaço para pensar e me aprofundar.

Acho que por isso tenho lindo tantas newsletter, blogs e, claro, livros e a Ilustríssima (maus, haters da Folha, eu incluso, mas este caderno é foda demais). Tentando ler mais coisas fora do algoritmo, tanto de pessoas que gosto quanto de outros autores, e tenho feito boas descobertas.

Este afastamento também é uma tentativa de mostrar a mim mesmo que tudo aquilo não importa, que ninguém importante de fato vai deixar de falar comigo se eu sumir dali e que não estarei perdendo os grandes acontecimentos da humanidade por não estar de olho nos feeds o tempo todo.

As coisas que eu ando lendo ainda terão seus links postados por aí e pretendo entrar uma vez por dia para responder quem eventualmente falar algo comigo. Mas não esperem muita coisa além disso.

A não ser, é claro, nos stories do meu Instagram, ali é o meu cantinho da bagunça na Internet e vou continuar subindo as aleatoriedades que vira e mexe estão por lá.

Agora deixa eu lavar a louça, me arrumar ir pro terreiro.

Na imagem: uma foto de um par de tênis branco ao lado de um gaveteiro preto.

Os dias de exercício, os remédios e a noite mal dormida de ontem bateram forte aqui e me encontro em um estado lastimável enquanto ser humano. Mas estou aqui escrevendo ao invés de ir tomar banho, jantar e dormir. Incrível, não? Ou estúpido, vai saber.

Hoje é mais um daqueles dias em que nenhum tema específico bate aqui para escrever, mas estou aqui refletindo que tive um dia produtivo no trabalho. Ainda preciso entender que nunca vou conseguir fazer tudo o que coloco no meu planner, mas estou fazendo mais coisas, ando mais focado, enrolando menos, e preciso reconhecer que existe um avanço e que isso é bom.

Acho que um dos motivos da minha ansiedade de uns anos para cá e esta eterna sensação de estar sempre devendo. Nunca vamos conseguir fazer tudo o que há para ser feito e preciso entender que está tudo bem com isso. Mas é muito simples na teoria e bem complicado na prática.

A merda é que, junto com esta sensação de dívida, vem também a sensação de que estas coisas que ficaram por fazer vão se acumular e explodir da pior maneira possível. Mas como eu estou de fato fazendo as coisas, nada explode. E não sei dizer no final das contas se isso é bom ou ruim, porque fico neste limbo eterno de desastre eminente que nunca chega.

Meus Deus, comecei o meu racional aqui querendo dizer que, apesar cansaço estou bem por ter tido um dia bom no trabalho e acabei fazendo um tratado sobre ansiedade. Perdões.

(Parei aqui para fazer uma aulinha de yoga e tomar um banho)

Aliás, preciso parar com esta mania imbecil de começar a fazer as coisas e parar na metade para fazer outras. Hoje eu consegui vir aqui e terminar este texto, mas já rolou algumas vezes de largar um texto na metade e, bem, nunca mais retomar.

Agora é jantar e depois ler até pegar no sono. Até a próxima.

Na imagem: uma foto de um mouse preto em cima de uma mesa. Ao fundo, uma pilha de objetos, como um copo de shot da união soviética, um livro grosso, uma caixa de remédios, guias, um fone de ouvido e um copo cheio de canetas.

Uma dose de vodka servida em um copo vindo diretamente da Rússia. Chet Baker rolando ao fundo. Acabei de fumar um cigarro. Mas nada disso quer dizer que eu vá escrever algo decente hoje. A real é que estou pura e simplesmente enrolando vocês. Podem xingar, mas enrolei com estilo.

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Saindo um pouco do mundo da escrita e indo para o meu trabalho civil como gestor de projetos e de conteúdo, tive um dia bacana ontem. Por questões de sigilos contratuais não posso entrar em grandes detalhes aqui, mas posso contar que passei um dia em um wokshop para desenvolver entrevista de um projeto de um campo que ainda é um grande nada para muita gente para uma das maiores e mais tradicionais empresa brasileiras.

Bem, se parece que estou me gabando, de fato estou mesmo, mas digo mais em um contexto de deixar claro para mim mesmo a importância do que estou fazendo do que pagar de gatinho para vocês leitores. Nunca se esqueçam: eu partilho estas merdas com vocês, mas ainda é um exercício meu comigo mesmo.

É um pouco bizarro pensar na minha trajetória profissional e o quanto ela mudou nos últimos 10 anos. Em 2012 eu era coordenador de uma unidade do Projeto Telecentro e cá estou eu agora trabalhando em uma consultoria de experiência do usuário voltada para estratégia de negócios. O que o jovem Alessio beatnik pensaria disso tudo, hein?

Provavelmente me acharia um vendido do caralho. Mas foi como eu li uma vez: “Nunca odeia nada nem ninguém. Você sempre se torna aquilo que você odeia”.

Oremos para não virarmos um Bolsonaro.

Na imagem: uma foto de um fogão, com duas panelas, uma de pressão e uma de arroz, ambas fervendo; Pendurado, temos um pano de prato preto com um morcego desenhado e escrito “mocergo” embaixo.

Nada de desculpas pela ausência. E também não posso falar que não escrevi aqui porque estava escrevendo outras coisas (na real estou com dois roteiros atrasados, kkkkcrying). Enfim, é a vida, né? Funcionando em modo mínimo, quase automático e levando como dá.

O foda é que ficar neste mínimo não é o suficiente para nós seres humanos. A gente fica querendo “algo mais”, um sentido para isso tudo, traçar grandes objetivos e coisas do gênero. Quer dizer, pelo menos quem tem as necessidades básicas garantidas. Porque quem não tem, como diz aquele meme, está preocupado em comer hoje, e não depois das eleições ou quando o Lula tomar posse ano que vem.

Mas nós que estamos nessa situação onde chamamos direitos básicos de privilégios e temos que nos sentir gratos em ser moídos pela Máquina Capitalista, estamos sim na busca deste algo mais e de algum sentido. E nisso caímos em muitas armadilhas.

Tentam nos empurrar que este sentido pode ser ter mais posses e, por mais muitas vezes a gente caia nisso, sabemos que não é o suficiente. A merda é que se iludir tentando comprar coisas é fácil, por menor que seja a compra. Uma pizza para compensar um dia difícil. Uma camiseta para dar um up no estilo. Um gibi que nunca será lido, mas fica bem na estante e “completa a coleção”. E por aí vai.

Outra coisa que acontece também é a gente meter tanto barulho em nossas mentes que tentamos anestesiar esta angústia por excesso de estímulos. E dá-lhe séries, filmes, música, drogas legais e ilegais, trabalho, tretas em redes sociais. As opções são infinitas, mas [ALERTA DE SPOILER] nenhuma deles resolve o problema.

Isso quando a gente sabe qual é o problema, né? Porque, na real, saber que tem algo errado não quer dizer quase sabemos o que está errado e, sem esta informação básica, fica foda começar e resolver este imbróglio todo.

Mas poder entender qual é o problema para então traçar uma rota de correção exige um tempo para pensar, refletir. Exige silêncio.

(Ironia: são 00h45, estou cozinhando, lavando roupa, abri uma cerveja, fumei um e estou ouvindo uma playlist de músicas que me salvariam do Vecna. Enfim, a hipocrisia)

E quem quer silêncio e reflexão em tempos como estes? Quem quer sentar para conversar com seus demônios internos quando o Whatsapp avisa que sua chefe mandou uma mensagem e isso engatilha a sua ansiedade? Porra, bora assistir mais uma série de super-heróis ou jogar xadrez online e foda-se.

Bom, se você esperava alguma conclusão edificantes disso tudo, se fodeu. Existe a vã esperança de que este em si seja uma tentativa minha de silenciar minha mente, enfrentar mais demônios internos e causar o mesmo tipo de efeito em você. Mas este texto pode ser mais uma fuga também. Tanto para mim quanto para você.

Como eu disse, uma esperança vã.

Uma foto de uma caixa de madeira cheia de remédios.

Estou oficialmente olhando para a tela por uns bons 10 minutos. Se eu tivesse escrito QUALQUER coisa neste meio tempo, já teria escrito o texto de hoje. Então é exatamente o que vou começar a fazer agora. Boa sorte para mim e para vocês. Vamos precisar.

Estou mais moído que o normal para uma segunda-feira. E olha que, seguindo o conselho da minha terapeuta e do preto velho, fui dormir com a TV desligada, sem jogar xadrez ou Tibia muito antes e sem ficar mexendo no celular. Talvez o cansaço mental tenha finalmente chegado naquele ponto em que começa a afetar o meu corpo risos. Mas estou mexendo os pauzinhos para me cuidar e vamos torcer para os efeitos colaterais serem brando, certo?

Por uma coincidência feliz (ou infeliz, depende do seu ponto de vista), estourou na Melhor Rede durante a semana passada uma discussão sobre tratamentos psiquiátricos. Como estamos falando de uma discussão no Twitter, não demorou muito para aquilo virar um puta de uma treta generalizada, com gente se abrindo sobre como os remédios ajudaram, outra galera confundindo luta antimanicomial com parar de ser cuidar, mais uma galera falando que o cura é o fim do Capitalismo… Enfim, mais um dia normal por ali.

Mas uma coisa que sempre me pego pensando desde que vi um propagando de antigripal no metrô onde estava escrito “Para você que não pode parar por causa de uma gripe”. Peraí, porra! Como assim EU ESTOu DOENTE E NÃO POSSO PARAR? Se ligaram na gravidade disso? Mas a mensagem estava lá, com a Giovanna Antonelli sorrindo, plena, com o maldito remédio em mãos.

Tipo, a gente vive em um sistema tão merda que não pode parar para se cuidar quando fica doente. Não, tem que tomar algum remédio para ignorar os sintomas e se manter minimamente funcional enquanto o corpo tenta se recuperar. E a coisa é tão louca que parece um absurdo eu aqui dizendo que alguém gripado deveria ficar em casa se cuidando e não ir trabalhar e possivelmente deixar mais pessoas doentes!

E agora, com o home office, fudeu mais ainda. Pegou conjuntivite? Trampa de casa? Quebrou o pé? Trampa de casa. E isso porque estou falando de coisas físicas. Porque se eu for partir para as coisas que afetam nossa saúde mental, não paro mais de escrever.

E olha que escrevo isso como alguém que em alguns momentos destes quase dois anos de pandemia só não surtou de vez porque o trabalho me dava uma rotina mínima. Acho complicada demais esta ideia de quem você só pode de fato parar de produzir se for algo GRAVE. Mas, considerando que se a gente tiver um piripaque e morrer, nos substituir é extremamente fácil e barato, esta postura da burguesia faz sentido.

Enfim, fiquei adiando mudar para a nova cor da Magia por muito tempo, mas chegou a hora de me cuidar ou minha atribulada jornada neste plano de existência poderá ser encurtada. E não vou dar este gostinho para vocês, bastardos.

Uma foto de uma área de serviço com diversas garrafas de bebida no chão, em frente temos uma vassoura, um rodo e um balde com uma garrada de cândida dentro.

Sobre o texto de ontem: morri, mas passo bem. Não que eu tenha melhorado muito de lá pra cá, mas tem dia que a vontade é deitar no chão até a sensação passar e nem tempo para isso tive (quem viu aquele vídeo que está circulando no Instagram sobre como é difícil poder sentar e chorar quando se é adulto e mora sozinho sabe do que estou falando).

Mas as contas estão aí e temos que fazer o que dá, né? Nestas horas agradeço o apoio que minha religião (a Umbanda e o Candomblé) tem me proporcionado. Quem me conhece sabe o quanto amo a Magia do Caos, mas eu não estava mais dando conta de tudo depender de mim e, sim, resolvi terceirizar algumas coisas. Desde que comecei a frequentar lá na assistência (que é quando você vai somente para se consultar com as entidades e levar um passe) até o momento em que passei de fato a ser um filho da casa minha vida melhorou muito em vários aspectos. E se estou minimamente funcional é porque a religião, a terapia e o apoio da Bia tem me ajudado a segurar a onda. Obrigado mesmo.

A gente assiste “Californication” ou “Bojack Horseman”, onde artistas em crise ficam tentando retomar as suas carreiras enquanto fazem merda atrás de merda, mas eu não tive uma obra que fez um puta sucesso, gerou uma baita grana e me permite morar em um casão, ter carro e sustentar vícios. Então tenho que trabalhar ao mesmo tempo em que busco um rumo para projetos paralelos. Pelo menos faço menos merda e os vícios diminuem um pouco, o que também gera uma economia de grana.

Falando em Bojack, voltei a assistir a série. Sei que muitos dizem que é uma série pesada e em muitos momentos até deprimente, mas tem sido um bom catarse para mim. Vejo e fico “caralho, poderia ser eu fazendo isso, ainda bem tomei outro rumo pra minha vida”. Conheço gente da comunidade do Bukowski do finado Orkut que tá até hoje nesta fase de ser um fudido de grana, mas tá sempre em bar, viajando e pegando geral. Parece bacana demais até estas mesmas pessoas te ligarem chorando porque vão ser expulsas de casa porque não tem grana para o aluguel e querem dicas de como tocar seu próximo negócio genial do momento nas redes sociais.

Nenhuma destas pessoas vai morrer de fome. Sei disso porque já estive em situações parecidas. Somos flexíveis o suficiente para fazer qualquer coisa quando aperta e fazer aparecer a grana para nos manter mais um mês. Além de pasteleiro e atendente / estoquista de comic shop, já fui assessor de imprensa de produtora musical e loja de artigos esotéricos, barman, vendedor de pager (olha eu acusando a idade) e Nextel e professor de informática. Trabalhei com redes sociais para coisas como o MDB e Rede Sustentabilidade. Então sei que vão dar um jeito.

Eu sei que esta vida de bares, baladas, drogas e muito sexo é muito tentadora olhando de fora. E não estou falando que isso é errado, mas é legal saber que este outro lado de você fodido e chorando quando bate o desespero de como vai ser a minha vida no mês que vem. Esta parte dificilmente aparece nas redes sociais da vida. Tudo questão de escolhas e de lidar com as consequências.

E acho que é por isso que gosto do Bukowski. Ele faz um contraponto da glamourização toda que a Literatura Beat faz deste estilo de vida. Ele é um fodido, pobre e doente que tem que se virar, não esconde isso e nem tenta tornar isso bonito. Longe de mim dizer que os textos dele são 100% reais, mas tem que ser muito idiota para ler o que ele escreve e falar “caralho, é isso o que quero pra mim”.

Infelizmente, existem muitos idiotas por aí.

Um foto de uma tela de um notebook, com uma página de Word em branco.

Queria falar que não estou em um dia bom, mas a real é que faz semanas que não estou bem. Fazer qualquer coisa de segunda à sexta tem sido um esforço imenso. E aí gasto muito tempo para fazer coisas simples como acordar, cozinhar, lavar louça e afins.

E claro que isso afeta a minha produção, tanto do trabalho quanto de projetos pessoais. Fico minutos olhando para a tela buscando achar uma motivação para fazer as coisas e ela não vem.

Já tentei anotar tudo o que tenho que fazer durante a manhã. TUDO. É uma tentativa de riscar cada tarefa executada e assim ter uma sensação mínima de algo ter sido realizado. Mas começa o dia, surgem um monte de coisinhas a serem resolvidas e acabo fazendo coisas que não estão na lista. Aí chega o final do dia, estou moído e sinto que não fiz nada.

Já tentei algo na linha Pomodoro, focando por X tempo para depois tentar descansar por Y tempo. Mas, de novo, as coisinhas que surgem atrapalham este foco por X tempo. E tá foda eu entrar em estado de foco e acaba que perco mais tempo tentando focar do que focando em si.

E justamente por estar produzindo de maneira precária, estou com uma dificuldade enorme de parar de trabalhar, desligar. Porque aquela lista nunca fica completa, sinto que estou sempre devendo, que a casa vai cair a qualquer momento e vão descobrir a farsa que sou, então serei demitido, vou quebrar e terei que voltar pra casa da minha mãe.

O resultado é que fico me sentindo culpado quando estou tentando me divertir, porque em tese estou devendo. E aí temos um ciclo infinito de merda que parece não ter saída visível. E taca-lhe vontade de chorar, de tacar tudo pro alto e sair correndo.

E, claro, eu sofro de transtorno de ansiedade, tudo isso somatiza e começo a achar que só a terapia não vai dar conta do meu quadro atual. Vai ser uma delícia a sessão desta semana.

Só sei que estou cansado e está difícil. Pode ser que eu supere, mas hoje tá foda. Dizem que por estas coisas pra fora ajuda. Também dizem que se expor assim não é legal. Bom, foda-se.

Nem tudo na vida de um escritor em crise é glamour, né?