Sobre a Trilogia “Guardiões da Galáxia” – Parte I: eu e o MCU

Publicado: 7 de setembro de 2023 em Filmes e Séries
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Quando me perguntam qual é o melhor filme do Marvel Cinematic Universe (MCU), respondo sem pensar duas vezes: “Capitão América – O Soldado Invernal”. Apesar de a princípio parecer ser uma trama mais “doméstica” quando comparado a acontecimentos como os ocorridos em filmes como “Shang Shi – A Lenda dos Dez Anéis” ou em séries como “Cavaleiro da Lua” ou “Ms. Marvel”, é um filme que afetou o Capitão América e o MCU como um todo pra cacete, mesmo sendo totalmente focado no bandeiroso. E, claro, tem as melhores sequências de luta vistas nos filmes da Casa de Ideias. Nada superou ainda aquela porradaria franca entre o Capitão América, Viúva Negra, Falcão contra os homens da Hidra e o Soldado Invernal nas ruas de Washington.

Já quando o assunto é meu filme favorito, tendo a citar o primeiro Doutor Estranho. Como alguém que estuda e pratica Magia, este filme me impactou demais. Quando vi pela primeira vez, no cinema, saí da sala e fiquei uns bons minutos em total silêncio, ainda tentando absorver tudo o que havia visto ali. O fato do conflito final não ter sido resolvido na porrada foi foda demais.

Mas os Guardiões da Galáxia ocupam um grande espaço no meu coração. Se já haviam me ganhado no primeiro filme, a paixão só aumentou com os Volumes 2 e 3. E agora que a formação clássica deste grupo que aprendemos a amar se desfez, nada mais justo que refletirmos sobre o que vimos nos 7 filmes em que eles estiveram presentes.

Antes, porém, acho necessária uma análise do que rolou na origem do MCU como conhecemos hoje. Para quem conhece estes heróis só dos filmes esta afirmação pode parecer estranha, mas é público que a Marvel só tinha personagens secundários para trabalhar quando resolveu dar início ao seu projeto de um universo cinematográfico compartilhado. Sim, meus amigos, apesar de Homem de Ferro, Thor e Capitão América terem papéis importantes dentro das HQs, isso não quer dizer que eles eram exatamente os heróis mais populares da Marvel.

Os grandes nomes da editora na época eram o Homem-Aranha, os X-Men e o Quarteto Fantástico. E todos eles já estavam comprometidos com outros estúdios. Estúdios estes que, para não perder os direitos sobre os personagens, lançavam e relançavam estes heróis na telona em sequências e reboots, alguns horríveis, diga-se de passagem.

Se os dois primeiros filmes do Homem-Aranha do Sam Raimi até hoje são considerados adaptações dignas do Cabeça de Teia e o primeiro filme dos X-Men fdo Bryan Singer ez bem em focar nos conflitos sociais da franquia, os filmes seguintes derraparam em mais de um aspecto. E nem vou falar nada sobre os filmes do Quarteto, acredito ser desnecessário.

Então a Marvel tinha em suas mãos ao mesmo tempo um ônus e um bônus. Se por um lado era um desafio “fazer pegar” no cinema heróis que não eram exatamente um estouro nem nas HQs, por outro lado teriam mais liberdade para mudar ou manter o que quisessem, porque ninguém estaria nem aí.

Apostando então em filmes com uma ligação tênue um com o outro e usando deste recurso até para bancar alguns filmes que do ponto de vista individual não são tão bons (sim, “Thor”, estamos falando de você), mas seriam importantes para apresentar elementos para produções seguintes, chegamos ao filme “Os Vingadores”, que foi um puta de um sucesso e, por uns anos, fez com que qualquer filmes seguinte que tivesse o selo “Marvel Studios” lotasse as salas de cinema.

Pois bem então. Temos o Homem de Ferro estrelando filmes de super-heróis no sentido mais clássico do gênero. Já o Capitão América trouxe em seus filmes uma visão do que seria um filme de guerra no MCU e um thriller de espionagem. O Thor, apesar dos tropeços, trazia um toque de fantasia à coisa toda, quase um “Piratas do Caribe” da Marvel. Mas em “Os Vingadores” (e na cena pós-créditos de “Thor – Mundo Sombrio”) percebemos que, no Universo Marvel, existe vida inteligente fora da Terra. Aí, olhando para o quadro todo, estava faltando explorar este lado do MCU. Trazer um pouco de Ficção Científica (ou de Space Opera, para os nerds mais radicais).

Eis que então foi anunciado um filme com os tais “Guardiões da Galáxia”. Hã? Quem? Quer dizer, por mais que Thor, Homem de Ferro, Hulk e Capitão América não fossem exatamente os maiores heróis da editora, meio que todo mundo conhecia estes caras. Já tivemos desenhos, bonequinhos, filmes e séries que não deram certo, aparições em jogos de luta. Agora, esta galera deste novo filme eram realmente um bando de desconhecidos.

E, não, não estou exagerando. Mesmo eu, que acompanho de maneira irregular as HQs da Marvel, mas me procuro manter por dentro do que anda rolando, só conhecia mesmo dali a Gamora e a Nebulosa. Havia visto uma versão totalmente diferente do Senhor das Estrelas em uma capa de uma edição antiquíssima da “Heróis da TV” e sabia da existência do Rocket Raccoon, mas nunca tinha lido nada dos dois.

A seguir: os Guardiões da Galáxia nas HQs.

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