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Notas para mim mesmo – 7

Publicado: 25 de setembro de 2023 em Hã?
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Faz tempo, né? Aconteceu muita coisa de lá pra cá, incluindo uma crise de ansiedade fudida, entrega de dois projetos importantes no trabalho e a retomada de alguns projetos pessoais. Mas, como diria Jack, o estripador: vamos por partes.

Andava nos últimos tempos realmente determinado a colocar minha vida minimamente nos eixos, e nisso percebi que, ao contrário do que eu pensava e alimentava, algumas coisas, se não estão 100% em ordem (e nunca vão estar, essa é a real), pelo menos posso dizer que estão funcionais.

Então tenho o orgulho de dizer que as coisas em casa, no sentido arrumação e organização, deram uma boa ajeitada, incluindo aí as rotinas com a Alanis, como alimentação e passeio. Na prática, isso quer dizer que encontrei tempo no meu dia pra fazer estas coisas de boa, sem desespero e sem gerar gatilhos de ansiedade. Parece pouco, mas para quem se enrolava demais por causa da ansiedade, foi um baita avanço. Claro que não posso me acomodar e agora preciso me atentar às coisas de casa que precisam ser arrumadas. Mas vamo que vamo.

Em paralelo, comecei a retomar minha rotina de práticas e estudos espirituais. Falando somente do mínimo para manter estas coisas funcionando, tenho feito um banimento, um rito na linha Pilar do Meio, orações, bato cabeça para meu orixá e meditado 10 minutos, além de ler um aforismo do “Tao Te Ching” antes de dormir. Parece muito, mas tudo isso não dá nem 20 minutos do meu dia. Para quem se interessar em se aprofundar nestas práticas diárias, recomendo este texto.

Claro que para isso abri mão de certos formalismos. Quando este exercícios de maneira “completa”, visto a roupa adequada, acendo velas, uso anéis, colares, varinhas e esteira. Aí entre preparar o ambiente, me arrumar, fazer os exercícios em si e desmontar tudo, bem vai uns 30 minutos. Eu acho um absurdo dizer que não tenho 30 minutos na minha manhã para fazer isso, mas a real é que isso acontece e às vezes.

Então, para não ficar sem fazer nada no dia a dia, faço os exercícios sem a meditação entre eles, onde eu estiver, com a roupa que eu estiver, usando a minha vontade pura e simples como ferramenta. A coisa toda acaba sendo mais rápida, mas com menos formalidades a gente tende a entrar “menos no clima”.

Não vou entrar em uma discussão sobre o quanto o teatro e a parafernália durante atos mágickos o tornam mais efetivos ou não. Mas para estes ritos meus em específico, tinha escolhido uma abordagem mais formal justamente para me forçar a parar e fazer. A versão “fast food” acaba não tenho tanto esta função de pausa da realidade mundana, mas o importante é manter a limpeza energética em dia, certo? Fui para aquela linha de “caminhar 10 minutos é melhor que não caminhar nada”. E pelo menos uma vez por semana faço o rito completão.

(Sem contar que vou pro terreiro praticamente toda sexta-feira, né? E se tem um lugar em que o rito é mais do que completo, é lá)

Aí o passo seguinte era colocar o meu trampo em ordem. Não é bem que ele não esteja. Estou fazendo as entregas que tenho que fazer, elas estão sendo bem avaliadas, mas eu me enrolo para fazer as coisas, acabo fazendo correndo em cima da hora e o custo mental e emocional disso acaba sendo alto. Já estou de saco cheio disso. Então tô no processo aqui de me educar a fazer as coisas em etapas e um pouco por dia.

O foda é que meu foco anda uma merda também. Ficar meia hora fazendo uma única coisa que não seja videogame ou ver TV me demanda um esforço enorme. Vou começar uns exercícios com psicóloga e a psiquiatra me receitou Ritalina. Vamos ver se vai ajudar.

A ideia é que, com o trabalho mais em ordem, eu coloque em ordem minhas tarefas com a Excelsior Comic Shop. E aí sim sim, com tudo rodando de maneira mais funcional, ter tempo para meus projetos pessoais e conseguir voltar a escrever regularmente.

Eu tava tentando fazer tudo ao mesmo tempo e não tava dando conta. Então por isso dividir, priorizar e atacar o que precisa ser atacado primeiro. Não é questão de não ter tempo para escrever, mas sim questão de conseguir separar melhor as coisas para o trabalho não invadir o sebo para não invadir minha escrita para eu não precisar escrever no trabalho e trabalhar de madrugada e fazer coisas do sebo no fim de semana e, bem, vocês entenderam.

Nem tudo o que ando fazendo vai necessariamente render textos aqui. Pretendo fazer alguns “work in progress” de algumas coisas, mas alguns projetos estão em uma fase de organização de bibliografia, caça de referências importantes e tal. Algumas paradas vão exigir um estudo brabo antes de virem a público de maneira mais formal. Outras dá pra ir colocando aqui e quem sabe vocês não brincam comigo?

Por outro lado, achei alguns textos antigos no meu HD externo que acredito que valha a pena postar por aqui. Coisa que tá há tanto tempo fora do ar que vai ser inédita pra muita gente.   

 Então vamo que vamo, bastardos.

O quão emocionalmente fodido você tem que estar para quase chorar assistindo a um review de um filme que ainda não viu? Pois foi o que aconteceu comigo ontem assistindo ao vídeo da Isabela Boscov sobre o “Guardiões da Galáxia – Volume 3”.

Pretendo ver o filme no fim de semana, mas pelo que tudo que me falaram e li e ouvi até agora, sairei do cinema arrasado, ainda mais que o o Rocky é um dos meus personagens favoritos do MCU.

Pode ser também que eu ande meio ablublê das ideias por outras coisas e isso mexeu comigo mais que o esperado. Entendam, não voltei à fase de mal estar que eu estava ente o fim do na passado e começo deste, mas, sei lá, acho que estou “meio assim”, por assim dizer.

Consegui me ajeitar para tocar melhor as coisas de casa (incluindo aí a rotina de cuidados com a Alanis), voltei a treinar Ninjutsu, fiz um curso massa de criação de Board Games, vi o Kraftwerk ao vivo e. segundo minha terapeuta e a minha psiquiatra, evoluí bastante depois da crise do ano passado.

Mas sempre falta algo, né?

No momento, acho que está faltando foco para eu render mais no trampo para poder para direito de trabalhar e assi  conseguir tocar melhor meus projetos pessoais, tanto os mais palpáveis (3 roteiros de HQ, 1 livro e as coisas do sebo) quanto os mais “inúteis”, por assim dizer (meus estudos sobre ética na Magia do Caos, a construção da minha Poltrona Mobius e construção de um novo modelo de futuro para a Humanidade).

Também queria estar jogando mais RPG e jogando mais Tibia.

Enfim, talvez eu esteja fazendo muita coisa e precise rever as prioridades para sacar que não dá tempo de fazer tudo isso. Ou talvez seja necessária mais disciplina em minhas rotinas para que eu consiga criar tempo livre para algumas coisas.

A merda é que, pelo que tudo indica, este tempo terá que pela manhã, antes de começar a trabalhar, porque praticamente todas as minhas noites durante a semana já estão comprometidas. Além das tarefas domésticas que só podem ser feitas após, o trabalho, de segunda-feira tenho reunião com meus sócios no sebo, de terça e quinta tenho treno de Ninjutsu, de sexta-feira tem Terreiro, e em algumas quartas-feiras tem curso no Terreiro.

É, fodeu, vai ter que ser de manhã mesmo. E pra isso vou precisar dormir mais cedo. Então preciso parar de ficar vendo série, jogando Marvel Snap e olhando o Instagram na hora em que deveria estar dormindo. Parece simples, mas mudar hábitos foda. Mas bora tentar.

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Resolvi me dar um tempo das redes sociais. Nada a ver com vício ou coisa do tipo, acredito que minha relação com elas está mais saudável do jamais foi. Mas não podemos negar que ele é um limbo de tempo que fica te jogando em uma montanha-russa de emoções que anda me cansando. Por mais que ame tirar sarro de sujeitos como Moro e Dallagnol no Twitter e afins, é muita raiva sendo direcionada de maneira pouco produtiva. É muita pílula de informação com pouco espaço para pensar e me aprofundar.

Acho que por isso tenho lindo tantas newsletter, blogs e, claro, livros e a Ilustríssima (maus, haters da Folha, eu incluso, mas este caderno é foda demais). Tentando ler mais coisas fora do algoritmo, tanto de pessoas que gosto quanto de outros autores, e tenho feito boas descobertas.

Este afastamento também é uma tentativa de mostrar a mim mesmo que tudo aquilo não importa, que ninguém importante de fato vai deixar de falar comigo se eu sumir dali e que não estarei perdendo os grandes acontecimentos da humanidade por não estar de olho nos feeds o tempo todo.

As coisas que eu ando lendo ainda terão seus links postados por aí e pretendo entrar uma vez por dia para responder quem eventualmente falar algo comigo. Mas não esperem muita coisa além disso.

A não ser, é claro, nos stories do meu Instagram, ali é o meu cantinho da bagunça na Internet e vou continuar subindo as aleatoriedades que vira e mexe estão por lá.

Agora deixa eu lavar a louça, me arrumar ir pro terreiro.

Na imagem: uma foto de uma bancada de cozinha, com uma garrafa térmica e um porta temperos em cima.

É, meu texto de ontem repercutiu mais que o esperado. Vocês realmente gostam desta coluna, né? De qualquer maneira, colegas roteiristas repercutiram o link e até chegaram a usar o trecho ” não rola eu ficar esperando ‘condições ideais de temperatura e pressão’ para voltar a produzir”  como EXEMPLO, de modo que me vi obrigado a escrever alguma coisa.

Meu plano era escrever as 200 palavras do dia de um projeto (não vou dizer qual no momento) e continuar os estudos para outro. Mas até acabar de trabalhar, tomar banho, comer e resolver algumas coisas da Excelsior e burocracias pós-eventos de quadrinhos, fui sentar para escrever já eram mais de 22 horas, então os estudos ficaram para outro dia.

Sinceramente, achei que estaria mais travado na escrita, mas a coisa até que fluiu bem. É um roteiro já na sua fase final, com pesquisa, sinopse e divisão de páginas feitas, então era “só” escrever mesmo. A última vez que tinha mexido naquele arquivo já fazia uns bons meses, mas relendo as anotações e o que estava já escrito trouxe tudo de maneira muito clara e as palavras vieram naturalmente. Foi até prazeroso, ouso dizer.

Escrevi 226 palavras e só não foram mais porque estou realmente tentando dormir em horários melhores. Então me dei por contente quando atingi a cota, vi quo estudo não ia render muito porque pegaria no sono em 10 minutos e fui ler meu atual “livro de cama” (para os curiosos de plantão, é “Superdeuses”, do Grant Morrison).

Se eu manter este ritmo, acabo este roteiro até amanhã e divulgo o título dele, para felicidade geral da nação. E aí partiu destravar outro projeto. Terei que revezar entre ele e outros para não ter nenhum editor pondo minha cabeça a prêmio.  Sobre estes não posso falar ainda, mas saberão mais detalhes no momento certo.

Na imagem: uma mesa de escritório com um planner com algumas coisas escritas e outras grifadas, um estojo, um caderno, um calendário e canetas.

Andei refletindo estes dias sobre uma série de coisas envolvendo a maneira como tenho encarado a minha vida. Estas reflexões me levaram à conclusão de que a Magia anda ocupando um espaço muito pequeno em minha vida e isso é uma parte bem grande de todos os problemas que tenho passado.

E aqui vou cometer a heresia de separar em caixinhas a Magia de Espiritualidade. Vejam bem, pra mim, TUDO É MAGIA. O que muda é o olhar que damos para as coisas. Algumas magias já são tão cotidianas que deixaram de gerar encantamento para nós. É o caso da Internet, por exemplo. Porra, se eu falar com uma pessoa por vídeo ao vivo do outro lado do mundo não é mágico, nada mais é. E a gente perdeu a capacidade de deslumbrar com isso, de pensar “CARALHO QUE FODA” quando isso acontece.

Portanto deixo claro aqui que, neste momento, minha vida espiritual anda muito bem, obrigado. Ali no terreiro tem Magia, no sentido de práticas mágikas mesmo, e tem encantamento sim. Muita coisa que acontece lá me deixa fascinado, e não só as pessoas incorporadas e os ritos mais fodões. Ali, lavar a louça, varrer o chão ou servir comida tem um significado muito mais profundo para mim.

Mas fora dali está tudo meio cinza, contaminado pelo aspecto da Banalidade, para usar um termo do RPG “Changeling: o Sonhar”. Claro que TUDO é uma generalização grosseira e tenho alguns momentos de Glamour aqui e ali, geralmente aos fins de semana, mas não rola viver assim, meus amigos.

Então o fato é que eu PRECISO voltar a me encantar com coisa mais cotidianas. E é foda fazer isso estando isolado socialmente em casa, olhando para o mundo através do computador ou do celular. Então aos poucos estou retomando algumas atividades fora do meu querido lar: ir ao teatro, ao restaurante, tomar uma em um boteco sujo, andar ao invés de pegar Uber, coisas assim.

E notei que parte desta angústia que estava sentindo tinha a ver com troca de energias mesmo, sabe? Eu estava há muito tempo em um mesmo lugar, convivendo somente comigo. Tudo bem que a Bia vem em casa de fim de semana, mas foi quase um ano e meio passando todos os tais “dias úteis” da semana somente comigo mesmo. Até me acho uma boa companhia, mas chega uma hora que satura.

E essas pequenas coisas tem operado milagres. Tanto que voltei a escrever. Sentir a calçada sob meus pés. Rever paisagens conhecidas e descobrir que outras mudaram. Andar perto de casa só para descobrir o que tem em cada uma daquelas ruas todas. Voltar a tentar descobrir quais são os melhores salgados de cada lugar. Ter pequenas conversas com o balconista, a moça do caixa, o porteiro, a tia da limpeza. Rever pessoas todos os dias até passarem a se cumprimentar com os olhos e futuramente dar um “oi” verbal, mas sem nunca passar disso. Ficar puto com quem usa máscara no queixo no metrô. Ficar ouvindo conversas alheias ou vendo que alguém está fazendo no celular. Isso estava me fazendo muita falta.

Já sinto que meu olhar sobre muitas coisas está mudando para melhor. E não pretendo parar por aqui.